sábado, 21 de maio de 2011

Paulo Portas e os Antigos Combatentes Portugueses

Fiquei muito emocionado quando ouvi o candidato Paulo Portas, afirmar num dos programsa Nacionais de Televisão, que iria providenciar para ajudar os ex-combatentes das forças armadas, a superarem as suas dificuldades, ou algo parecido.

Quando o senhor candidato Paulo Portas foi Ministro da Defesa, num dos últimos governos, do CDS/PPD, disse ter criado um valor para ser entregue aos ex-combatentes, como compensão dos serviços prestados à Nação.

Como ex-combatente que fui, na revolução de Abril de 1974 e posteriormente no ano de 1975 em Angola, numa das piores especialidades do exército, que junto às minas e armadilhas é a area da Saúde, onde, quem não pertencia a essa área, tem problemas graves de saúde, que se evidenciam no pós-guerra, fui ao local que me indicaram para que me fosse entregue a devida compensação.

Qual não foi a minha admiração, quando me disseram que a guerra em África tinha acabado em 1974. Em Angola, durante o ano em que lá estive, o ano de 1975, morreram mais pessoas do que durante toda a guerra em todas as ex-Colónias - existem centenas de milhar de pessoas que o podem comprovar.

Mesmo assim, ainda perguntei ao militar que me atendeu qual o valor da compensação, que recebiam os ex-Combatentes, que lá estiveram antes de 1974.

- Embora até tenha vergonha, em dizê-lo, o militar informou-me que em certos casos, poderia chegar aos € 70 (setenta euros anuais) - € 70, para os jovens que nalguns casos perderam a vida, a saúde, a dignidade, família etc.

Senhor Paulo Portas: eu não tenho direito a receber, nem, a receberia, essa (baratinha) que o sr. anda a abanar para que os incautos lhe dêem os votos, para que você possa sentar esse cú nojento numa cadeira de poder, pois, seria uma afronta à minha dignidade, e, isso eu não admito, venha de onde vier.

Quanto aos meus colegas e amigos que perderam a vida em Angola, aqueles que a perderam já em Portugal, aqueles que ainda vivem, e aqueles, que infelizmente dormem pelos cantos das ruas, (os chamados sem abriho) porque não aguentaram a pressão, pós-guerra, em nome desses; digo-lhe muito resumidamente o que deve fazer a essa anuidade de 70 euros:

- META-O NO CÚ, PORQUE LHE DEVE DAR UM GRANDE PRAZER!

Funchal, 21 de Maio de 1975 - 22,37 hrs

Rui Manuel Pereira

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